
Qual o seu apetite por risco?
Não estamos falando de fazer um pedido diferente no restaurante ou apostar uma grana com seu primo numa partida de futebol ou FIFA – estamos falando de apetite por risco financeiro, a vontade de faturar dez vezes mais perante um investimento arriscado.
Longe da ganância desenfreada que levou muitos à ruína financeira, estamos falando de algo mais técnico, mais detalhado e – por que não? – mais puro.
Quando tratamos de investimentos em países emergentes, é disso que estamos falando. Investimentos muito arriscados em nações em desenvolvimento, com grande potencial de retorno se estivermos dispostos a entender de verdade sobre o que se trata e o que está na mesa.
E a possibilidade de uma vida financeira melhor, a possibilidade de um dia não se preocupar mais com dinheiro.
Por falar em países emergentes, é comum surgir as clássicas sugestões, China ou Índia – mas, e se falássemos que o Chile, nosso irmão do continente, pode ser exatamente o que procuramos? Será que vale a pena investir no Chile?
Leia agora e tire as próprias conclusões.
Boa leitura!
O que é uma economia emergente?
Antes de falarmos do Chile e das razões que fazem dele uma economia emergente tão atrativa para se investir, é importante revisarmos, neste primeiro momento, o que é de fato uma economia emergente.
Economias emergentes são nações que se destacam, principalmente, pelo seu potencial/expectativa de crescimento no futuro, no comparativo com países já desenvolvidos, como os Estados Unidos ou França.
São nações que passaram por processos de desenvolvimento e industrialização ao longo dos anos, o que fez da suas economias melhores que países subdesenvolvidos, que permanecem em posições baixas e precárias em índices sociais e econômicos, como o Haiti ou Moçambique.
Por isso, economias emergentes se encontram em posições transitórias, onde não são mais países pobres e subdesenvolvidos, como eram décadas atrás, mas ainda não se encontram em posições de liderança econômica.
Porém, devido ao seu processo de industrialização, abundância de recursos naturais e grandes expectativas do avanço da sua infraestrutura, os países emergentes já apresentam previsões de crescimento financeiro maior, que as nações mais ricas e desenvolvidas do mundo – e opções de investimento muito interessantes aos investidores.
Veremos mais sobre isso no próximo tópico.
Por que investir em economias emergentes?
Como vimos anteriormente, as economias emergentes são tidas com altas expectativas de retorno, no médio e longo prazo – Principalmente se comparadas com as taxas de retorno dos países de primeiro mundo.
Estes já muito desenvolvidos e com poucas ou nenhuma expectativa real de crescimento.
Logo, as projeções de lucro são maiores nessas economias, com a premissa que continuem se desenvolvendo e explorando seus pontos fortes, como fizeram nos últimos anos – Como o Chile fez desde o início dos anos 80.
Além disso, a principal vantagem em investir em economias emergentes se dá na diversificação de seus investimentos, visto que dessa maneira a sua carteira se torna mais diversa e mira além dos ativos dos países desenvolvidos.
Porém, é preciso ter cautela ao investir nessas economias, já que costumam ser investimentos mais arriscados e voláteis às flutuações cambiais, além de estarem mais vulneráveis à instabilidade econômica.
E, lado a lado com a cautela, também é importante ter bons parceiros de investimento.
Por isso, você verá a seguir que o Chile é uma das opções mais seguras possíveis.
Leia também: Veja quais são os países emergentes e por que afetam a economia
Por que o Chile é um bom investimento emergente?
Agora que entendemos um pouco mais sobre os mercados emergentes e as vantagens em investir neles, podemos ir ao ponto central.
O que faz o Chile ser um bom investimento emergente? Por que colocar dinheiro nesse país ainda em desenvolvimento? O que o destacam de outros gigantes das economias emergentes, como China ou Índia?
A seguir, veremos seis motivos que tornam o Chile um dos melhores países emergentes para se investir. Boa leitura.
Credibilidade no Cenário Econômico Internacional
A melhor maneira de mostrar as razões que fazem do Chile um bom investimento emergente não poderia começar sem abordar um grande perigo comum nessas nações.
E uma das principais razões para seus investimentos serem tão arriscados.
Se em outras economias emergentes há uma ameaça constante de golpes de Estado, fraudes em eleições ou escândalos de corrupção nos mais altos cargos do governo, não se pode dizer o mesmo do Chile.
O Índice de Percepção da Corrupção, principal índice que mede corrupção no mundo, classificou o Chile como o país mais honesto da América do Sul em 2016. E o segundo mais em 2023 – estando na 26º posição mundial.
Quem dera o Brasil tivesse índices tão bons assim de corrupção, hein?
O Chile superou outras enormes economias emergentes, como China ou Índia, que ficaram nas posições 76° e 93°, respectivamente.
Evidenciando a confiabilidade que o Chile tem como nação emergente e em amplo crescimento, principalmente por suas instituições sólidas e suas políticas flexíveis e de livre mercado.
Maiores Reservas de Cobre – Transição Energética Global
Com apelo midiático, pressão de grandes órgãos internacionais e desastres climáticos ao redor do globo, nunca se falou tanto da transição energética global necessária – e urgente – para poder frear o avanço do aquecimento global.
Essencial para essa transição, por sua eficiência tanto em diversas cadeias de energias eólica e solar, quanto em carros elétricos, o cobre já é tratado por boa parte dos especialistas como o “novo petróleo”.
O reconhecimento da importância do metal na transição energética é tanto que seus preços chegam a máximas históricas, com seu mercado subindo mais de 50% entre 2017 e 2022 e sendo avaliado em 200 bilhões de dólares – mais de 1 trilhão de reais.
Ele é também a principal exportação do Chile.
E o segundo motivo que faz do país sul-americano uma grande aposta de crescimento futuro – só o Chile tem 27% de toda a commodity no mundo.

Outro grande indicador da credibilidade que o Chile tem no cenário econômico mundial é a sua ampla liderança no World Competitive Ranking, no qual ele liderou em 2016 e em 2023 como o país mais competitivo da América Latina.
O WCR, elaborado pelo International Institute for Management Development, segue mais de 330 critérios para ranquear nações utilizando métricas como eficiência governamental ou desempenho econômico.
E o Chile lidera dentre todos os países da América Latina.
Indicando desta maneira a credibilidade que o Chile tem entre diversos órgãos públicos e privados ao redor do mundo. Além da confiabilidade dos investidores estrangeiros em um país competitivo nos negócios.
O fato de ser membro da OCDE e da Aliança do Pacífico também são fatores que levam a crer nesta posição privilegiada entre as nações emergentes.
Crescente na Demanda do Lítio – Transição Energética
Outro fator que impulsiona o otimismo ao redor do Chile se dá por outro mineral, cada vez mais em evidência no mundo dos investimentos.
Apelidado de “ouro branco”, o lítio é a matéria-prima chave na fabricação das baterias de carros elétricos, e componente importante na produção de outros materiais tecnológicos, como Iphones.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE, já estima que a demanda pelo mineral suba quarenta vezes nos próximos 20 anos, destacando o Lítio na mesma categoria do petróleo, o alçando também a elemento fundamental para a segurança energética mundial.
Uma única bateria de um carro elétrico Tesla, por exemplo, precisa de cerca de 12 quilos do mineral para funcionar – só a montadora americana fabricou 1.8 milhão de veículos em 2023.
O Chile é o segundo maior exportador mundial do mineral e, por meio das parcerias público-privadas com gigantes do setor, já planeja dobrar a produção nos próximos 10 anos – leilões já foram abertos para 26 salares do país.
Para reduzir a poluição decorrentes da exportação destes minerais e bater suas metas climáticas, o Chile pretende usar o hidrogênio verde em suas operações – falaremos dele mais adiante.
Portanto, sua abundância deste recurso e visíveis bons resultados na extração do mineral levam a uma otimista visão dos investimentos futuros do país.
Estruturas Jurídicas Favoráveis ao Crescimento:
Já é possível notar que o Chile dispõe de ótimos pilares econômicos e que o incentivo ao desenvolvimento é notável na economia emergente. Mas, podemos ir adiante e ressaltar também a força de suas estruturas governamentais – e o comprometimento delas ao crescimento do país.
Apresentando, assim, o terceiro motivo que faz do Chile uma grande oportunidade para se investir em emergentes, mas que tem a estabilidade jurídica de países já desenvolvidos.
Mesmo após uma difícil fase em 2023, em que duas novas constituições foram propostas, ambas rejeitadas pelo povo, é inegável a resiliência das suas instituições em respeitar a democracia – e a liberdade inegociável de seu povo.
Além desta grande prova da força de suas instituições, há um dos maiores fluxos de investimento estrangeiro da América Latina e leis específicas e detalhadas referentes aos aportes de capital – garantindo segurança a quem se interessar em investir no país.
Logo, as agências de risco ao investidor mantém o Chile com classificações baixas de risco ao investimento, junto de várias pesquisas ao redor do mundo colocarem o Chile em posições de liderança referente a suas instituições sólidas e seguras – fora um Banco Central independente, distante das mudanças políticas.
Tudo isso reforça o Chile como um investimento mais seguro em países emergentes, o colocando em posições superiores e de baixo risco, principalmente se comparados com outros grandes emergentes como Rússia ou China, por exemplo.
Mais sobre as proteções dos investidores chilenos: How to Invest in Chile: What Protection does Chile offer Investors?
Potência na Produção de Energia Renovável
Na atualidade, uma das maiores preocupações dos governos é o seu compromisso com o combate ao aquecimento global e as mudanças climáticas – e, acima de tudo, como realizar isso de maneira lucrativa e menos custosa.
Combinar lucro com objetivos sustentáveis para o planeta não é o plano de ação mais simples do mundo, mas a nação chilena, graças a sua capacidade de produzir o hidrogênio verde, pode ser capaz de unir os dois fatores.
Não à toa, o Chile foi considerado o melhor país emergente para investimentos em energia limpa do mundo, liderando o ranking da Bloomberg New Energy por três anos seguidos, superando Índia e China, que fecharam o pódio.
Por não emitir gases no efeito estufa e servir para atividades que a eletrificação não seria possível, como transportes pesados ou de longa distância, o hidrogênio verde tem sido tratado como uma das melhores opções para um futuro de energia limpa.
E o Chile, devido a suas grandes matrizes eólicas no Sul e solares no Norte, pode se tornar um dos três maiores exportadores do Hidrogênio Verde até 2040.
Tendo inaugurado a primeira usina de hidrogênio verde da América Latina, em parceria com a empresa francesa Engie, e com o alto fluxo de investimentos estrangeiros ainda sendo feitos em prol do desenvolvimento de mais projetos do gênero, não é equívoco dizer que o Chile caminha para se tornar uma potência competitiva deste material.
Sobretudo para empresas europeias que almejam importar o material da nação chilena para conseguir bater suas metas de sustentabilidade.
Logo, altas taxas de produtividade e com preços competitivos, em um mercado ainda pouco explorado, porém vital para a indústria, nos leva a crer em mais um motivo para afirmar que o Chile será mais um protagonista na transição energética global – e maior probabilidade de lucro para seus investidores.
Leia mais: Chile é o melhor país emergente para investimento em energia limpa
Leia também: Chile inaugura sua primeira usina de produção de hidrogênio verde | Exame
Ecossistema Empreendedor:
Toda nação financeiramente saudável passa por um ecossistema de comércio livre, aberto e que fomenta o empreendedorismo, principalmente entre as pequenas e médias empresas.
E o Chile tem ideia dessa importância.
Com políticas que incentivam o empreendedorismo e a inovação, acordos de livre-comércio com dezenas de nações e leis rígidas que protegem os investidores estrangeiros, o Chile foi classificado como o melhor país para fazer negócios na América Latina em 2021.
E o segundo melhor em 2023, de acordo com a Global Innovation Index, liderando em quesitos como Infraestrutura e Instituições – além de conquistar boas posições em Ambiente Regulatório e Segurança Jurídica.
Logo, os esforços em criar um ambiente propício para criação de novas empresas e de uma economia sustentável trouxe ao Chile ótimos resultados, até mesmo durante a pandemia de Covid-19.
Vale destacar que, o país foi uma das nações com mais rápida recuperação pós-pandemia de seu turismo, subindo impressionantes 52,9% em 2022, na comparação com o ano anterior – uma das melhores do mundo.
Portanto, seus bons alicerces econômicos exibem o Chile como um país que desenvolve sua economia produtiva e sustentável, o que não poderia ser melhor para uma país que quer continuar crescendo e se desenvolvendo.
Logo, mais um motivo para dar a ele um prospecto incrível para o futuro.
Como faço para investir no Chile?
Se você leu até aqui e analisou as características da economia chilena, é provável que tenha se interessado pelas vantagens e pelo retorno financeiro que investir nesse país pode trazer.
De fato, um país estruturado e com instituições sólidas e honestas há mais de três décadas, aliado a uma abundância de recursos naturais, essenciais para a transição energética global, não poderia soar mais promissor para o futuro.
E para investidores interessados em lucrar com o crescimento promissor das economias emergentes.
Porém, é preciso ter cautela e muito conhecimento para tomar suas decisões de investimento. Afinal, investir fora do Brasil costuma ter exigências mais complexas e burocráticas.
Por isso, uma assessoria especializada e gratuita pode lhe ajudar a traçar seu perfil de investidor e a investir com a segurança necessária para seus investimentos lhe trazer bons retornos – e não dores de cabeça desnecessárias.
Para investir em países emergentes há diversas opções, sendo a compra de cotas de Exchange Traded Fund (ETFs) a mais comum e acessível delas – No caso do Chile, a ETF iShares MSCI Chile (ECH).
Além das ETFs, há ainda a compra de cotas em fundos multimercado de alto risco, gerenciadas por especialistas em mercado exterior, onde é possível se expor a ações chilenas e a suas flutuações – mas se ater, já que esses fundos costumam exigir altos valores de aporte.
Logo, é nítido a complexidade e o cuidado exigidos em investimentos deste porte. Cuidado nunca é demais.